J'en ferai une beauté par contraste, je trouverai le contre-partie, j'établirai un dialogue entre la rudesse et la finesse, entre le terne et l'intense, entre la précision et l'accident. Et je condurait les gens a observer et à reflechir." (Le Corbusier, 1953)

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Pessac


Tipo "Gratte-ciel"


Tipo "arcade"

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

quinta-feira, 17 de abril de 2008

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Maison Planeix - Paris, 1924

24 Bis, Blvd. Massena 75013
telefone a partir das 20h: 0153820526
Visitas só ao fim de semana ou à noite, a combinar com a filha de uma moradora.






Não foi possível entrar neste edifício, que se encontra em mau estado de conservação. Trata-se de um conjunto de três habitações: duas delas são casas-atelier situadas no piso térreo, inicialmente concebidas para serem alugadas e assim servirem de rendimento ao proprietário da casa, que viveria nos restantes pisos. Há registo de utilização da cor nos ateliers deste conjunto, mas no entanto não foi possível constatar como essa coloração chegou aos dias de hoje.

Cité de Refuge/Armé du Salut - Paris, 1929

12, Rue Cantagrel 75013
telefone: 0153618235






Edifício de habitação colectiva (em condições especiais de acolhimento), em mau estado de conservação, particularmente no interior. Inicialmente a fachada era um completo pano de vidro, estando prevista a instalação de um sistema de pulverização de água para evitar o efeito de estufa, o que nunca chegou a acontecer. Pelo contrário, em ??? foi instalado um sistema de brise soleils que lhe conferem um aspecto exterior próximo dos restantes edifícios de habitação colectiva do autor, em que são usadas cores primárias para diferenciação das células. Neste caso, e possivelmente porque cada célula corresponde a um piso completo (cada piso tem inúmeras camas dispostas em open space, que servem os sem-abrigo que aqui se refugiam), em cada piso é utilizada apenas uma cor.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Maison du Brésil, 1953










Apesar de muito próximo do Pavilhão Suiço, e sendo a função dos dois idêntica, existe uma grande distância temporal e mesmo conceptual entre os dois edifícios. A Casa do Brasil foi projectada em colaboração com Lúcio Costa que, não tendo a possibilidade de se deslocar com frequência a Paris, delegou a responsabilidade do projecto sobre o seu amigo de longa data, em quem confiava plenamente. No entanto, e prevendo algum brutalismo que poderia caracterizar esta fase da obra de Le Corbusier, forneceu-lhe indicações precisas em várias cartas, às quais o arquitecto da Rue de Sévres nem sempre reagiu bem. Alguns dos pedidos apontavam no sentido de fazer uma residência desenhada para o espírito brasileiro, que fosse clara e harmoniosa, sem formas agressivas. Também em relação às cores a aplicar dá, logo desde o início, indicações precisas: para os quartos, sugere a utilização de verde escuro, azul claro, branco, amarelo e havana ; para a fachada traseira, sugere azul claro muito puro, para contrastar com o cinzento do betão. Em resposta a esta carta, Le Corbusier escreve a Lúcio Costa que respeitará as cores que ele indica para os quartos, até por serem cores do seu inteiro agrado. Quanto ao azul da fachada, não se compromete a respeitá-lo, por estarem em causa outros valores de integração na paisagem parisiense.
escadas. Sob o grande volume dos quartos, “espalha-se” o piso térreo, sinuoso e curvilíneo, contendo várias funções tais como recepção, sala de convívio, auditório, biblioteca, e ainda a casa do director, que se organiza na proximidade da rua adjacente. Esta sucessão de espaços ondula também no que respeita à cobertura, que vai acompanhando os acontecimentos internos. Em termos plásticos tudo isto tem uma representação muito intensa, através da cofragem marcada no betão, com uma estereotomia que segue simultaneamente a ondulação da planta e a da cobertura do volume. Existe neste edifício uma coesão excepcional de materiais, formas e cores, o que resulta num espaço extraordinariamente envolvente e acolhedor. A cor não é alheia a este fenómeno, dado que está sempre presente na afirmação dos pequenos acontecimentos que pontuam o espaço. As únicas cores usadas são o vermelho, o amarelo, o azul (nas suas versões primárias) e ainda pequenos apontamentos de verde. Os caixilhos, quando existem, são sempre pintados de amarelo. No entanto, em grande parte da extensão deste piso, que é completamente envidraçado, o vidro é aplicado directamente contra elementos verticais de betão deixado à cor natural. Estes elementos organizam-se segundo uma métrica harmoniosa mas irregular, à semelhança do que se verifica no convento de La Tourette.
Le Corbusier teve o cuidado de desenhar, ele próprio, um conjunto de elementos de organização deste espaço, nomeadamente bancos, mesas e dispositivos de iluminação. A iluminação dirige-se simultaneamente para o tecto e para o chão, sendo que no chão encontra reflexo num fantástico piso de ardósia preta, polida, que segue uma estereotomia irregular em consonância com os restantes elementos.
Nos quartos, os panos de parede são amaciados com reboco pintado de branco, mas todos os restantes elementos, incluindo os estruturais, são deixados com a textura natural do betão. No caso do tecto, apesar de ter também essa textura, é pintado com três das cores que pertencem ao vocabulário da obra.

Villas Lipchitz-Miestchaninoff

Duas casas/atelier, para dois artistas, um deles produtor de esculturas de grandes dimensões.




Conjunto composto por duas casas-atelier associadas. Ambas foram desenhadas com a intenção de comportar cada uma um atelier onde seriam produzidas esculturas de grandes dimensões, pelo que (ao contrário da casa-atelier já experimentada, de Ozenfant) o atelier com o grande envidraçado se situa no piso térreo, com acesso directo à rua.
As casas são diferenciadas entre si através da cor exterior, sendo uma delas completamente pintada de branco e a outra de vermelho tijolo. Este será um dos raros casos de aplicação de cor (excluindo o branco, como é evidente) na totalidade do volume construído, pela sua face exterior.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Apartamento L-C













our 1 ou 2 personnes il n'est pas nécessaire de réserver. Présentez-vous simplement aux horaires d'ouverture à l'appartemnt-atelier et à La Maison La Roche pour faire une visite. Les horaires d'ouverture vous pouvez accéder sur notre site www.fondationlecorbusier.fr

Adresse appartement-atelier/Immeuble Molitor/ 24, Rue Nungesser et Coli, métro Michel-Ange Molitor, ligne 9.

Adresse Villa La Roche/ 10, Square du Docteur Blanche, métro Jasmin, ligne 9.

Le tarif d'entrée est de 3 euros par personne et la visite n'est pas guidée.

Este edifíco apresenta, no seu exterior, algumas semelhanças plásticas com o Immeuble Clarté de Genebra, pela utilização exclusiva do vidro na fachada (quer através de janelas, quer de tijolos de vidro) e pela presença de telas de sombreamento em alguns pisos.
Neste edifício de habitação colectiva com um fogo por piso, ventilado por um saguão, situa-se a pent-house onde Le Corbusier viria a morar com Yvonne Galis. A característica mais evidente deste apartamento, construído de forma totalmente independente do resto do edifício, é a sua cobertura constituída por várias abóbadas catalãs. A organização do espaço é pouco convencional, sendo que quase não existem espaços exclusivamente de circulação. As várias zonas intersectam-se, sendo possível separá-las apenas por grandes planos pivotantes. A cor é aqui aplicada com alguma parcimónia, apenas para destacar alguns elementos tais como portas, dispositivos de ventilação ou pequenos painéis de madeira. De assinalar como excepção a zona de estar, em que existem três paredes de cores diferentes: uma de azul ultramarino, uma de cinza escuro e outra mais pequena num tom vermelho vivo. No entanto, existem fotos antigas que, embora estejam a preto e branco, transmitem a impressão de que no início da vida do edifício não existiria um cromatismo tão marcante nesta zona. É difícil precisar em que data estas cores terão sido aplicadas.
Alinhado com a mesa de jantar, que é uma peça de mármore fixa (à semelhança do que acontece no Pavilhão Suiço), está um vitral de dos rectângulos são coloridos, respectivamente, com verde, castanho, azul, amarelo e vermelho. A presença deste “acidente” no pano de vidro que abre a sala para a cidade (e, como sabemos, à data de construção do edifício abria a sala para uma extensão de terrenos rurais emoldurados por montes ao fundo) espalha uma luz enigmática sobre a zona de refeições. Julgo que este gesto poderá estar relacionado com o simbolismo da cabeceira da mesa de refeição, quer para assumir uma presença nesse lugar, quer para, no caso de alguém lá estar sentado (o próprio Le Corbusier?), recortar esse halo de luz.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Centre Le Corbusier, 1961-67 - Zurique












A última obra construída por L-C.

Este é considerado o último projecto de Le Corbusier, tendo sido concluída a construção após a sua morte. Corresponde a uma encomenda privada de uma bem sucedida decoradora ligada ao mundo das artes, que queria prestar homenagem ao arquitecto dedicando-lhe um museu onde pudesse divulgar as suas obras (algumas delas pertencendo à colecção da própria Heidi Weber) e o seu pensamento.
O “pavilhão” integra-se num parque urbano em Zurique, mesmo ao lado da casa da proprietária, uma típica construção suíça, com elementos em pedra e madeira, assim como cobertura em águas muito inclinadas. O sistema construtivo que Le Corbusier adopta tem a originalidade de começar pela cobertura, metálica, que se mantém solta do edifício e o precede, de forma a abrigar a construção do pavilhão expositivo, mais frágil, que sob ela se abriga. Este é constituído quase exclusivamente por peças pré-fabricadas em metal, madeira e painéis de porcelana. A excepção vai para o acesso vertical entre os quatro pisos visitáveis do edifício (um dos pisos encontra-se abaixo do nível do solo), que é um volume de betão à vista, escultórico, que se solta tanto do pavilhão como da cobertura, como se fosse um corpo independente que acoplou ao existente apenas para permitir a circulação vertical, um pouco à semelhança do que já tínhamos visto no Pavilhão Suiço em 1930.


The Heidi Weber Museum is a "Gesamtkunstwerk" and reflects the harmonic unity of Le Corbusier's architecture, sculptures, paintings, furniture designs and his writings which is unique and possibly the only one such existing structure in the world - a total work of art.
(Le Corbusier - the universal artist)

Located on the wooded shores of Lake Zurich, the last building designed by Le Corbusier, synthesizes Corbusier's genius. Yet it marks a radical change of his achievement of using concrete and stone so poetically. He framed his final masterpiece in steel and glass and thus created a signpost for the future. Le Corbusier made great use of prefabricated steel elements together with multi-coloured enamelled plates fitted to the central core, and above the complex he designed a 'free-floating' roof to keep the house protected from both the rain and the sun.

"... On the edge of a public park that rolls down to the beauty of the lake, it sits like an exotic insect warming its bright metallic wings in the sun..."
(Michael Peppiatt, Architectural Digest)

"... A dramatic, and highly fitting, memorial to a man who, all his life, had strived for the unusual...."
(Peter Haytt, Steel Profile)

"... Le Corbusier had, apparently, waved a wand and produced a fascinating little Greek temple from under his hat. It is possibly the finest thing he ever
did ..."
(Stephen Gardiner, Le Corbusier, Fontana Modern Masters)



Museum Milestones:

1960: Heidi Weber mandates Le Corbusier to conceive a public exhibition building.

1961: The first drawings for a building to be constructed in concrete arrive in Zurich.

1962: Le Corbusier changes the concept to steel.

1964: The construction starts.

1965: Le Corbusier passes away on August 27.

1967: On July 15, the Centre Le Corbusier - Heidi Weber Museum is officially inaugurated

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Pavillion Suisse, 1930-32










7, Boulevard Jourdan
75014
Paris

Residência de estudantes em bom estado, salvo ligeiras alterações na fachada.

"Les 50 chambres sont construites semblables. L'équipement est identique. Mais une polychromie très hardie a permis une totale diversité: toutes les chambres paires sont semblables: murs et plafonds peints en gris sotenu. Les chambres impaires, alternant avec les paires sont revêtues de "Salubra" (collection Le Corbusier) aux couleurs les plus fortes, les murs d'une chambre étant diversifiés l'un de l'autre par la couleur."

Le Corbusier, em "L'Architecture Vivante", 1933

Este é um edifício totalmente inovador no conjunto da obra de Le Corbusier. Em simultâneo com uma rigorosa métrica que permitia o desejado uso de materiais pré-fabricados, são introduzidos pela primeira vez em arquitectura os objets à reaction poétique do universo corbusiano. Isto acontece nos pilotis que levantam o edifício do solo e constituem a base da sua estrutura, dado que para cima deste nível o edifício tem estrutura metálica. De forma a incorporar neles as necessárias courettes, L-C modela o corte dos pillotis em forma de “osso de cão”, o que provoca um efeito surrealista de contraste entre estas formas livres e a linguagem precisa e matemática do bloco que nelas se apoia.
Também as cores se distanciam do vocabulário purista, sendo introduzidas cores primárias sem misturas: o amarelo, o verde e o vermelho. Estas cores surgem lado a lado com os tons naturais dos materiais: madeira deixada à sua cor natural e betão pintado de cinzento.
De destacar neste edifício o tratamento da superfície de um pilar/courette que marca o início das escadas que levam aos pisos dos quartos: este é coberto com desenhos e escritos com o aspecto de papel de jornal. O conteúdo deste mural fotográfico expressa as ideias de Le Corbusier sobre arquitectura e urbanismo, pelo que o autor usou esta oportunidade residência. Esta intenção pedagógica também está presente nos bancos fixos revestidos a cerâmica pintada à mão pelo próprio arquitecto. Nestes mosaicos, ele transmite as suas ideias de relação da construção com o ciclo solar diário, a relação com a escala humana da construção expressa através do modulor, assim como outras imagens de carácter mais subjectivo, semelhantes às que viríamos a encontrar duas décadas mais tarde (1955) no Poéme de l’angle droit. A atitude de Le Corbusier perante o pilar, em termos de resultado plástico, parece ter como objectivo a dissolução do volume, que de outro modo teria grande presença no átrio de entrada da residência. Por outro lado, o conteúdo destas mensagens gráficas testemunha o seu desejo sempre presente de transmitir a sua mensagem, os seus pensamentos sobre uma arquitectura nova e humanista – não só através dos próprios edifícios, mas também através de mensagens claras, apelos à imprensa, numerosos escritos e publicações que sempre o acompanhariam paralelamente à sua obra construída.
da placagem de betão, dos pillotis e dos caixilhos pintados de preto. A cor só aparece em determinados momentos do seu interior, com destaque para o átrio de entrada e a sala de convívio, dominada por um grande mural da autoria do arquitecto. Mesmo os corredores de acesso aos quartos, nos vários pisos, são completamente brancos, assim como metade dos quartos. No entanto, intercaladamente com quartos completamente brancos e com a madeira do mobiliário deixada à cor natural, aparecem quartos com o tecto pintado numa cor viva proveniente originalmente da paleta da salubra. Este gesto provoca uma explosão de cor quando as luzes se acendem durante a noite, animando um edifício que durante o dia transmite uma imagem de harmonia clássica, matemática e austera. Creio que este é o primeiro registo, na cronologia da sua obra, em que Le Corbusier aplica cor no tecto dos seus edifícios.