J'en ferai une beauté par contraste, je trouverai le contre-partie, j'établirai un dialogue entre la rudesse et la finesse, entre le terne et l'intense, entre la précision et l'accident. Et je condurait les gens a observer et à reflechir." (Le Corbusier, 1953)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Maison La Roche, 1923-24









Square du Docteur Blanche, 10
Paris

A Villa La Roche alberga um museu de pintura e escultura de Le Corbusier, além da evidente e espantosa experiência de arquitectura que o espaço nos eferece. Não parece ter cumprido a encomenda do cliente, um coleccionador de arte que pedira a Le Corbusier “uma moldura para a sua colecção”, dado que este acabou por oferecer-lhe um “poema de paredes”, obra completa de arquitectura, escultura e pintura, onde era muito difícil expor os Picasso e Braque da sua colecção. Le Corbusier escreve mesmo, em carta a Ozenfant datada de 16 de Abril de 1925: “I insist absolutely that certain parts of the architecture should be entirely free of paintings, so as to create a double effect of pure architecture on one hand and pure paintings on the other.” Na verdade, todas as paredes da casa correspondem a um bem orquestrado jogo de planos, cada um deles com uma determinada proporção, cor e textura, de forma a interagirem perfeitamente entre eles, sem necessiadade de qualquer elemento decorativo. Desta forma, a casa pouco teria a ganhar com a exposição de grandes obras de pintura, visto que já se bastava a si própria em termos de emoção artística.
Na minha opinião, este é um edifício particularmente envolvente e enigmático, pelo que mereceu mais do que uma visita, em horas do dia e com diferentes condições atmosféricas. Durante as minhas pesquisas prévias, li uma empolgante descrição que o arquitecto John Hejduk fazia da estadia por um período de 24 horas nesta casa , daí que as minhas expectativas fossem grandes. Hejduk comparou o cromatismo e mesmo a relação formal entre as partes desta casa, a um quadro de Ingres, Madame D’Hausonville. A subjectividade desta comparação é discutível, mas não há dúvida de que esta é uma obra em que o valor arquitectónico e escultórico se completa com uma cuidada pintura de certos planos, oferecendo-se-nos o percurso através de uma obra de arte total.
A Villa Jeanneret-Raaf situa-se no mesmo volume construído que a Ville La Roche, funcionando conjuntamente em alçado, para maior monumentalidade. Tem um programa mais simples do que a primeira, fundamentelmante residencial, apenas com uma sala de música no piso térreo. Neste momento funciona como sede da Fundação Le Corbusier, pelo que aloja vários serviços desde escritórios, armazenamento de obras e biblioteca acessível a todos quantos estudam a obra do arquitecto. Foi nessa condição que visitei a casa e tive oportunidade de passar uma tarde na sala fantástica do último piso, onde se situava a sala de estar e biblioteca dos Jeanneret-Raaf. Mesmo num dia cinzento, a sala tinha uma iluminação natural extarordinária, conseguida através de grandes vãos envidraçados no plano da fachada, sem qualquer sombreamento. O vocabulário cromático era em tudo semelhante ao da Ville La Roche.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa noite,
Desculpe o atrevimento, mas sou estudante de arquitectura, e durante este semestre estou a realizar um trabalho sobre a Villa La Roche, e não encontro imagens suficientemente boas para apresentar, e até tenho que fazer vários desenhos da arquitectura do edifico através de fotografias, e tenho muita falta de boas fotografias, gostaria de saber se é possivel me enviar mais fotografias do edificio!
Aguardo uma resposta breve, obrigado!
afcmarques@hotmail.com