J'en ferai une beauté par contraste, je trouverai le contre-partie, j'établirai un dialogue entre la rudesse et la finesse, entre le terne et l'intense, entre la précision et l'accident. Et je condurait les gens a observer et à reflechir." (Le Corbusier, 1953)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Pavillion Suisse, 1930-32










7, Boulevard Jourdan
75014
Paris

Residência de estudantes em bom estado, salvo ligeiras alterações na fachada.

"Les 50 chambres sont construites semblables. L'équipement est identique. Mais une polychromie très hardie a permis une totale diversité: toutes les chambres paires sont semblables: murs et plafonds peints en gris sotenu. Les chambres impaires, alternant avec les paires sont revêtues de "Salubra" (collection Le Corbusier) aux couleurs les plus fortes, les murs d'une chambre étant diversifiés l'un de l'autre par la couleur."

Le Corbusier, em "L'Architecture Vivante", 1933

Este é um edifício totalmente inovador no conjunto da obra de Le Corbusier. Em simultâneo com uma rigorosa métrica que permitia o desejado uso de materiais pré-fabricados, são introduzidos pela primeira vez em arquitectura os objets à reaction poétique do universo corbusiano. Isto acontece nos pilotis que levantam o edifício do solo e constituem a base da sua estrutura, dado que para cima deste nível o edifício tem estrutura metálica. De forma a incorporar neles as necessárias courettes, L-C modela o corte dos pillotis em forma de “osso de cão”, o que provoca um efeito surrealista de contraste entre estas formas livres e a linguagem precisa e matemática do bloco que nelas se apoia.
Também as cores se distanciam do vocabulário purista, sendo introduzidas cores primárias sem misturas: o amarelo, o verde e o vermelho. Estas cores surgem lado a lado com os tons naturais dos materiais: madeira deixada à sua cor natural e betão pintado de cinzento.
De destacar neste edifício o tratamento da superfície de um pilar/courette que marca o início das escadas que levam aos pisos dos quartos: este é coberto com desenhos e escritos com o aspecto de papel de jornal. O conteúdo deste mural fotográfico expressa as ideias de Le Corbusier sobre arquitectura e urbanismo, pelo que o autor usou esta oportunidade residência. Esta intenção pedagógica também está presente nos bancos fixos revestidos a cerâmica pintada à mão pelo próprio arquitecto. Nestes mosaicos, ele transmite as suas ideias de relação da construção com o ciclo solar diário, a relação com a escala humana da construção expressa através do modulor, assim como outras imagens de carácter mais subjectivo, semelhantes às que viríamos a encontrar duas décadas mais tarde (1955) no Poéme de l’angle droit. A atitude de Le Corbusier perante o pilar, em termos de resultado plástico, parece ter como objectivo a dissolução do volume, que de outro modo teria grande presença no átrio de entrada da residência. Por outro lado, o conteúdo destas mensagens gráficas testemunha o seu desejo sempre presente de transmitir a sua mensagem, os seus pensamentos sobre uma arquitectura nova e humanista – não só através dos próprios edifícios, mas também através de mensagens claras, apelos à imprensa, numerosos escritos e publicações que sempre o acompanhariam paralelamente à sua obra construída.
da placagem de betão, dos pillotis e dos caixilhos pintados de preto. A cor só aparece em determinados momentos do seu interior, com destaque para o átrio de entrada e a sala de convívio, dominada por um grande mural da autoria do arquitecto. Mesmo os corredores de acesso aos quartos, nos vários pisos, são completamente brancos, assim como metade dos quartos. No entanto, intercaladamente com quartos completamente brancos e com a madeira do mobiliário deixada à cor natural, aparecem quartos com o tecto pintado numa cor viva proveniente originalmente da paleta da salubra. Este gesto provoca uma explosão de cor quando as luzes se acendem durante a noite, animando um edifício que durante o dia transmite uma imagem de harmonia clássica, matemática e austera. Creio que este é o primeiro registo, na cronologia da sua obra, em que Le Corbusier aplica cor no tecto dos seus edifícios.

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